Faroeste Caboclo | Impossível deixar de conferir João de Santo Cristo em “carne e osso”! - Por Literatourtura

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Todo mundo que nasceu no Brasil nos anos 70 e 80 conhece Legião Urbana e já cantou alguma música deles (e não adianta você dizer que não, eu sei que é mentira!). O icônico grupo encabeçado pelo memorável Renato Russo consagrou uma série de sucessos em seus 14 anos de carreira e fez todo mundo cantar a história de personagens super carismáticos eternizados por canções como Eduardo e Monica e, é claro (e como sempre), Faroeste caboclo. Muita gente já fez videozinhos baseados nessas músicas e há no YouTube uma série de coisas bem bacanas criadas por um pessoal pra lá de criativo que vale a atenção de vocês (como isto e isto). Era óbvio que, hora ou outra, esses verdadeiros roteiros em forma de música iam ser levados “a sério” por alguém bem esperto que gosta de ganhar dinheiro. Quem se deu bem (pra variar) foi a galera da Globo Filmes e, seis anos e 6 milhões de Reais depois do início da produção (o troço demorou tanto pra sair que até o Marcos Paulo, que interpreta o pai da Maria Lúcia, já morreu)
, eis que Faroeste caboclo – o filme finalmente chega às telonas no dia 30 de maio.
Pois bem, vamos começar relembrando todo mundo da história de João do Santo Cristo. Pra quem tá meio esquecido, vejam aqui o vídeo da música.
Pronto, agora que tá todo mundo com a memória aquecida, vamos ao filme. Em primeiro lugar, preciso alertá-los de que, como o próprio diretor deixou bem claro, “não é um videoclipe”, é uma adaptação para cinema. Ou seja: aqueles que esperam ver a história de João do Santo Cristo, Maria Lúcia, Jeremias e toda tropa exatamente como cantada na música de Renato Russo podem tirar o cavalinho da chuva. Muitas coisas foram seguidas à risca, mas algumas foram alteradas e/ou simplesmente eliminadas da trama. Isso é ruim? Olha, não exatamente. A história está bem amarrada e a boa atuação de Fabrício Boliveira (João), Isis Valverde (Maria Lúcia) e Felipe Adib (Jeremias) ajuda muito.


Foram inseridas, também, algumas “explicações” que não são relatadas na música e que ficaram bem bacanas (por exemplo, a maneira como o pai de João morreu e por que Maria Lúcia “virou a casaca” no meio da história). Mas eu, particularmente, que adoro adaptações bem fiéis às suas propostas originais (seja um livro ou, nesse caso, uma música) senti falta de alguns elementos, sim. Não acho que prejudicou o andamento da história, porém, faltou algumas coisas teriam enriquecido o filme (só pra dar um exemplo, o trecho em que João ouve do velho “você perdeu a sua vida, meu irmão”. Pô, é quase um bordão isso! É uma fala muito impactante, excelente pra cinema) e simplesmente não foram utilizadas, sabe lá Deus por quê. (Outra coisa que foi ignorada e de que me lembrei agora foi o bafafá causado pela briga entre João e Jeremias, lá no final de tudo, que certamente daria uma cena bem legal. Enfim.)
A fotografia é muito bonita, as locações são sensacionais e toda a equipe de produção do filme está com certeza de parabéns, pois conseguiu criar um visual digno dos melhores westerns americanos. A trilha sonora é toda baseada nas bandas ícones dos anos 80 e traz uma nostalgia gostosa, fazendo a gente bater o pezinho no chão toda vez que toca algum clássico. Bem bacana. Além disso, é sempre legal ver algo que a gente sempre imaginou apenas na cabeça, criar vida e encher aquela telona bonita. É… gratificante. Acho que é essa a palavra.
Resumindo: vale a pena? Vale. Pode não ser exatamente como você imaginou (afinal, todo mundo vai pro cinema com o filme já montado na própria cabeça), mas é muito bem feito, visualmente bonito e agradável de assistir. Além do que, João do Santo Cristo faz parte das nossas vidas há tanto tempo que seria uma heresia ignorar sua “existência” agora que ele finalmente está aí “de verdade”.

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