“Deus é fiel”. Esta é uma
das frases mais utilizadas em adesivos, chaveiros, camisas ou emblemas
religiosos, bem como outras mais conhecidas e também estereotipadas, como “Este
bem é protegido por Deus”, ou “Jesus te ama e eu também” são frases,
frequentemente estampadas aos quatro cantos do universo. Que contradizem os
próprios dizeres muitas vezes “cristãos”, como já ouvimos falar muito na
bíblia, e fora dela, um dos mandamentos de “Deus” é dito o seguinte:
“Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus
em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.”
Dt 5:1-21
Logo podemos concluir que os
mais fervorosos, que expõe aos “quatro cantos” a sua religiosidade já esta
vivendo em um “constante pecado”. Mas ainda abortando a temática religiosa em
primeiro momento, os próprios escritos bíblicos dizem muito sobre o “apego” aos
bens materiais.
A Bíblia diz em Mateus 6:24 “Ninguém pode servir a dois senhores; porque
ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o
outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” Então a “proteção” seria
desnecessária , e os cristãos estariam errando na prática da colocação dos
símbolos religiosos.
Hoje em dia muitas pessoas
associam as imagens divinas à proteção, como as imagens de santas com terços ou
de “Jesus”, nos carros, casas, ou até mesmo em seu próprio corpo. Muitas
pessoas acreditam no poder de “Deus” como proteção máxima, mas suponhamos que
houve um acidente de transito e nele o motorista ou os envolvidos sobrevivem, e
em seu carro esteja colado um adesivo religioso. Isto prova a existência da
proteção divina? O simples fato de milhões de mortes com pessoas também
abençoadas no nosso e em outros países, já contradiz e nega tal questão. Isso
quando o próprio causador dos acidentes não é o "fiel” que esta com seu
carro “marcado e protegido” por “Deus”.
Muitos Cristãos, Budistas,
evangélicos, espiritas ou que pertencem a outras seitas ou religiões colocam os
adesivos, e descarregam as suas responsabilidades ao volante nas mãos de “Deus”
descuidando-se do trânsito e muitas vezes causando sérios e graves acidentes.
Existe ainda a intolerância
religiosa no transito recorrente ao uso dos identificadores religiosos, uma vez
que um cristão bate em um carro de um espirita que carrega em seu bem o símbolo
de sua proteção, deixa de ajuda-lo por não ser de sua religião, ou ainda temos
os “fieis” que alegam colocar o símbolo religioso como forma de agradecimento
pelo bem recebido, “Foi presente de Deus”,
e em uma semana estão vendendo os “presentes” para comprar coisa melhor.
Indo contra seus próprios dogmas e ideais.
O fato é: Deus
é fiel a quê, a quem e como? As pessoas parecem
acreditar em uma espécie de intransitividade desse adjetivo, em um valor
absoluto desse complemento, que ele não tem.
Se nós dissermos que “Deus”
é fiel e só, isso não irá provar que “meu bem”, esta protegido dos outros, se
ele é só fiel, ele pode ser fiel a outro que precisa mais que eu e que pode vir
a roubar ou destruir meu bem. Entre milhões de fieis, existem melhores fieis
que eu, então a frase torna-se inútil, mas agora ainda se colocarmos “Deus é
fiel a mim”, por exemplo, já somos taxados de hereges e estamos indo contra os
escritos bíblicos.
Mas no fim quem é fiel a
quem? Nós somos fieis a Deus ou ele é fiel a nós? Ou será tudo isso uma simples
forma de demonstrar ao próximo a nossa crença e tentar empurrar a sociedade a
nossa visão das coisas?
Recentemente na câmara dos
deputados do Rio Grande do Sul, foi proposta e aprovada uma nova lei, apoiada
por muitos órgãos religiosos, em que nela pedem a retirada de crucifixos e
outros símbolos religiosos eventualmente existentes nos espaços destinados ao
público, e nos prédios do Poder Judiciário do Rio Grande do Sul.
A alegação dos deputados foi
de que o Brasil é um país Laico, ou seja, que não tem uma religião definida, ou
que deixa a escolha dos seus habitantes. Logo os símbolos religiosos em locais
públicos afetam, por exemplo, as pessoas que não têm crença religiosa, como os
ateus e agnósticos.
Creio que os adesivos, também
sejam uma forma de “empurrar” uma crença religiosa a sociedade, porém uma coisa
mais pessoal, e que sim deveria ser tratada com mais cautela pela sociedade,
bem como outros tipos de adesivos ou identificações que já geraram polêmicas no
passado. Voltando ainda na ênfase da frase “Deus é fiel”, posso afirmar que se “Deus”
fosse tão fiel assim, não precisaríamos andar com carros protegidos, ou símbolos
espalhados evocando sua proteção, nos sentiríamos protegidos e ponto.
Mas como não temos uma
certeza absoluta da existência de tal ser mitológico, preferimos nos apegar aos
símbolos e sincretismos a ter que aceitar as coisas comuns da vida que nos ocorrem
vitima de nossos próprios atos, e muitas das coisas sem explicação que nos acontecem
onde simplesmente, é mais fácil culpar uma lenda a procurar a fundo a causa do
problema e tentar resolve-la, por fim acho que a colocação de tais símbolos deveria
sim ser proibida, porque são uma forma inconsciente de “esfregar” na cara dos
outros o que o “meu” “Deus” dá e o seu não.
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