Madame Natasha - Miniconto

                               
                                  Madame Natasha

         
   "Qualquer droga faz mal. Eu acho que a maconha faz mal, a cocaína faz mal, álcool faz mal, mas eu...não posso causar mal nenhum a não ser a mim mesmo."


 " - Olá meu nome é Melyi, e eu sou viciada em álcool." 
      Esta era a frase de todas as quintas a noite, quando Melyi ia ao encontro semanal dos Alcoólicos Anônimos, ela já estava cansada de tudo aquilo. Daquela rotina. Daquela mesmice. De viver trancada em seus próprios pensamentos, que ora eram ditados pela sociedade, ora quem os fazia era o efeito alucinógeno causado pelo álcool, pra ela o efeito era comparado ao das drogas ilícitas... Mas por pouco tempo, agora a rotina era outra.
      Eram seis e cinquenta exatamente, Melyi levantava-se para tomar sua dose diária da mais vagabunda e perfeita bebida: A vodka Natasha. Com seus cabelos desarrumados, ela acorda, após tomar uma golada quase normal, não fosse pelo conteúdo do copo, sua roupa dizia muito de quem era, o avental mau colocado, mostrando a noite mau dormida, que agora já era manhã, a calça jeans desbotada, e os óculos pendurados no bolso da camisa embaixo do avental, cujo bolso estranhamente dizia: "- Bem vindo ao Berk's, posso ajuda-lo?", o laço do cabelo agora estava jogado em sua mesa de cabeceira, seus sapatos jogados pela casa e suas meias em cima da cama, suavemente desarrumada e aparentemente ocupada, mas não, era só mais um devaneio, causado pelo álcool, agora presente em seu sistema nervoso  .
      Saiu apressadamente , deixando revelar um pedaço de suas roupas de baixo, entrega o jogo... se deixa levar pelos devaneios da vida. "Disfarça e segue em frente". Tudo estava certo, seu dia, ah seu dia era cronometrado no relógio fisiológico que dizia a hora em que ela deveria parar apara apreciar mais uma vez sua amada amiga Natasha. 
       "- Bom dia Madame Natasha" . Foi assim que seu colega a chamou, quando Melyi entrou em sua sala segurando como um filho sua garrafa de vodka. Mas hoje seria diferente, ela virou a mesa de sua sala virou a garrafa e saiu a gritar pelo corredor até chegar na janela do 24º andar.
         "- Carpe Dien Ms. Natashhha". Mais nenhuma palavra, um salto. Gritos."- Uhuuul". Foi o que se ouviu até chegar ao chão. Todos pasmos a olharam e viram um filete de sangue escorrer por seus lábios, que demonstravam a felicidade da defunta mais viva do mundo. No mesmo ritmo em que a cena começou , todos voltaram a seu lugar, já era tarde, a faxineira que agora nervosa recolhia os cacos de vidros lia um pequeno bilhete:

"- A Maior Felicidade que tive foi te conhecer. Te encontro do outro Lado Madame Natasha" .
                                                                                                                    Melyi.
          Ela o rasgou pegou a garrafa que agora estava na metade, virou, deu um sorriso e mais alegre voltou a sua rotina.

     
  

2 comentários:

Drika Motta disse...

Simplesmente amei, você está um ótimo contista... continue assim adoro seus posts.
bjkas
Drika

Maxwell Candido disse...

AHHH QUERO VER UM CONTO , POEMA, POESIA OU SEI LA O QUE seu aqui tmb ... runpft

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...